A greve dos caminhoneiros deixou muitas dúvidas para o setor de transporte de cargas. Uma das mais recorrentes é: o seguro de transporte cobre os prejuízos?
Redução do preço do diesel, melhores condições de segurança nas estradas, valor do frete, entre outras reivindicações. A greve dos caminhoneiros, realizada há poucos dias em diversas regiões do Brasil, teve como pauta várias frentes em que o transporte de carga está diretamente envolvido.
Ser contra ou a favor das greves e paralisações é uma questão individual. Discutir o mérito da última greve não é a intenção deste post. Vamos abordar o assunto desta maneira: como fica o seguro de transporte em casos de greves e paralisações?
Continue a leitura e tire as suas dúvidas sobre este tema que dominou as rodas de conversa e os meios de comunicação de Sul a Norte do país.
Seguro de transporte: greves e paralisações
Você já imaginou receber esta notícia: “o seguro de transporte não cobre os seus prejuízos causados pela greve dos caminhoneiros”. Um tremendo problema, não é mesmo?
Mas, antes de se desesperar e achar que as perdas são irreversíveis, vamos a uma explicação: Ainda que as perdas e os danos decorrentes das greves e paralisações não façam parte da apólice de seguro, você pode incluí-los no Seguro de Transporte Nacional e Internacional. Em caso de importação ou exportação, é possível incluir uma cobertura adicional de riscos de greves.
Vale ressaltar que, apesar da recente greve ter sido um caso amplo e nacional, isso pode acontecer de forma específica. Por exemplo, uma greve em alguns portos que impeçam de cargas serem carregadas ou descarregadas no prazo.
Cobertura adicional de riscos de greves
A contratação da cobertura adicional de riscos de greves, contratada pelo embarcador, garante o ressarcimento dos prejuízos causados em decorrência da perda de mercadorias durante a greve. Ou seja, refere-se às mercadorias exclusivas do período da greve, assim como aos possíveis ataques de vândalos (incêndio, roubo de cargas, produtos danificados).
Transporte de carga durante a greve
Durante os dias que envolveram a greve que praticamente parou o país, poucas (quase nenhuma) cargas foram transportadas. Mesmo assim, alguns caminhoneiros arriscaram realizar o seu transporte, colocando em risco sua própria integridade.
Separamos dicas importantes de como agir durante greves e paralisações para quem trabalha com o transporte de cargas:
- Evite ao máximo transitar em locais de paralisação, onde há concentração dos grevistas;
- No caso de trabalhar com importação e exportação, inclua a cobertura adicional de greves e paralisações no seguro de transporte;
- Preste atenção: a cobertura adicional não cobre a “má conduta intencional”, mesmo que você possua na cobertura do seu seguro de transporte;
- Se não for possível evitar a região onde está acontecendo as manifestações, o recomendado é procurar por locais seguros, como pátios de transportadores ou postos homologados. O motorista deve aguardar pelas informações de liberação das estradas.
Cobertura Adicional de Riscos de Greves
A Cobertura Adicional de Riscos de Greves refere-se às perdas e danos em greves. Veja o que a cobertura cobre e o que não está contemplado:
Riscos cobertos:
a) grevistas, “lockout”, pessoas participando em distúrbios trabalhistas, tumultos ou comoções civis;
b) Greve, “lockout”, distúrbios trabalhistas, tumultos ou comoções civis.
Prejuízos não indenizáveis:
a) má conduta intencional do Segurado;
b) falta total, parcial ou obtenção de mão-de-obra de qualquer natureza que seja resultante de qualquer greve, “lockout”, distúrbio trabalhista, tumulto ou comoção civil;
c) qualquer reclamação com base na perda ou frustração da viagem ou aventura;
d) guerra, guerra civil, revolução, rebelião, insurreição, ou comoção civil resultantes das mesmas, ou qualquer ato de hostilidade de, ou contra, uma potência beligerante.
Empresas sem a cobertura adicional de riscos de greves
Quem não possui a cobertura adicional de riscos de greve tem apenas uma alternativa para: recorrer às Justiça e exigir que o Poder Público seja responsabilizado pelas perdas ocorridas. O problema é que essa é uma missão quase impossível de se conseguir êxito!
Então, a melhor alternativa é mesmo incluir a cobertura adicional ao seguro de transporte, que já obrigatório.
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