A Tabela Mínima de Frete, também conhecida como Piso Mínimo de Frete (PMF), é um tema que gera polêmica e insegurança jurídica desde sua criação em 2018. Estabelecida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), seu objetivo é garantir a remuneração justa do transportador rodoviário, especialmente o autônomo.
No entanto, ela é a fonte de inúmeros questionamentos que afetam a competitividade e a logística de todo o país. Com base nos principais pontos de incerteza, desvendamos as dúvidas centrais sobre a aplicação e o futuro do PMF.
Tabela Mínima de Frete no Brasil: As 5 Dúvidas que Tiraram o Sono da Logística (e do Caminhoneiro)
A Tabela Mínima de Frete, também conhecida como Piso Mínimo de Frete (PMF), é um tema que gera polêmica e insegurança jurídica desde sua criação em 2018. Estabelecida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), seu objetivo é garantir a remuneração justa do transportador rodoviário, especialmente o autônomo.
No entanto, ela é a fonte de inúmeros questionamentos que afetam a competitividade e a logística de todo o país. Com base nos principais pontos de incerteza, desvendamos as dúvidas centrais sobre a aplicação e o futuro do PMF.
1. A Grande Questão: A Tabela Mínima de Frete é Constitucional?
Esta é, sem dúvida, a dúvida que mais atormenta o setor de transporte e a economia brasileira. A validade da tabela mínima está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs).
O Cerne do Conflito:
- Setor Produtivo (Embarcadores e Indústria): Argumenta que o PMF fere o princípio da livre concorrência e da livre iniciativa, interferindo de forma excessiva na economia e elevando custos.
- Transportadores (Caminhoneiros Autônomos): Defendem a tabela como um mecanismo essencial de regulação social para proteger a categoria contra a exploração e garantir sua dignidade.
Status Atual: Embora o STF já tenha se manifestado em momentos pontuais pela sua validade, a insegurança jurídica persiste devido à complexidade da legislação e aos constantes recursos. O debate sobre a constitucionalidade do PMF continua sendo o principal fator de instabilidade para o planejamento logístico no Brasil.
2. O Conflito de Interesses: Quem Apoia e Quem Critica o PMF?
A tabela de frete é um claro divisor de águas na economia, impactando de forma desigual diferentes stakeholders.

Enquanto o caminhoneiro autônomo vê no Piso Mínimo de Frete a sua sobrevivência, setores como o Agronegócio e a Indústria, que dependem de grandes volumes de transporte e longas distâncias, percebem um aumento significativo e inesperado nos seus custos operacionais. Esse desequilíbrio é a força motriz por trás das pressões políticas e judiciais em torno da tabela.
3. A Dúvida Operacional: Afinal, Como o Preço é Calculado?
Para quem opera o transporte no dia a dia, a complexidade do cálculo da ANTT é a principal dor de cabeça. O valor não é fixo; ele resulta de uma combinação de variáveis cruciais definidas em resoluções específicas:
- Tipo de Carga: O frete varia de acordo com a natureza da mercadoria (granel sólido, frigorificada, perigosa, carga geral, etc.).
- Número de Eixos: O tipo de veículo e reboque, definido pelo número de eixos, é um fator de multiplicação crucial no cálculo.
- Distância (Km): A quilometragem percorrida entre origem e destino é o principal componente do valor.
- Tipo de Operação: Se o transporte é de lotação (carga total para um cliente) ou fracionada (pequenas cargas para vários clientes).
A dificuldade reside em acompanhar as constantes atualizações e variações da tabela, exigindo um controle minucioso e automatizado para evitar multas e garantir a conformidade (compliance).
4. Fiscalização e Penalidades: Quem Deve se Preocupar com a ANTT?
A obrigação de cumprir a tabela é de todos os envolvidos na contratação do frete. A fiscalização é de responsabilidade da ANTT.
- Quem está sujeito à multa? Principalmente o Contratante (embarcador) que paga um valor abaixo do piso mínimo estipulado.
- Valor da Multa: As penalidades não são leves, variando de R$ 500 a R$ 10.500, aplicadas por cada infração.
Essa ameaça de multa obriga as empresas a adotarem o CIOT (Código Identificador da Operação de Transporte). O CIOT é um registro obrigatório na ANTT que vincula o pagamento ao frete mínimo legal, servindo como uma prova de conformidade essencial para a segurança jurídica da operação.
5. O Paradoxo do Frete-Retorno e a Dependência Rodoviária
O Brasil tem uma enorme dependência do modal rodoviário, com aproximadamente 65% do transporte de cargas circulando por caminhões. Esse fator amplifica qualquer mudança no preço do frete, tornando-o um índice macroeconômico.
O paradoxo surge no conceito de “Frete-Retorno”:
- O Problema: Muitas transportadoras e autônomos, após descarregar em um destino, aceitam fretes de retorno a preços muito baixos (às vezes, abaixo do custo operacional) apenas para não voltarem com o caminhão vazio.
- A Ilegalidade: A lei do PMF é clara: o frete mínimo deve ser aplicado em cada operação de transporte. Aceitar um frete-retorno abaixo do piso legal é considerado uma infração e está sujeito às mesmas multas.
Essa rigidez legal, apesar de proteger o caminhoneiro, é vista pelo setor produtivo como um fator que aumenta a ineficiência logística e o custo final dos produtos para o consumidor final.
Conclusão: Navegando na Incerteza do Frete Mínimo
A Tabela Mínima de Frete é uma legislação com intenções sociais claras, mas com grandes impactos econômicos e operacionais. A instabilidade gerada pelas ADIs no STF e a complexidade do cálculo da ANTT exigem que os gestores de logística estejam em constante vigilância.
Para garantir a fluidez da cadeia de suprimentos e evitar penalidades, as empresas devem priorizar a conformidade legal (via CIOT) e automatizar a checagem dos valores, mitigando os riscos impostos por essa legislação controversa.
A Tabela Mínima de Frete é um campo de batalha legal e logístico. A única forma de superarmos a incerteza é com informação e diálogo.
Aproveite para baixar o infográfico resumido sobre esse tema: Desvendando a TB Min de Frete
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